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Movimentação interna de materiais: como fazer e qual o equipamento mais adequado?

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Movimentação interna de materiais: como fazer e qual o equipamento mais adequado?

O que é movimentação interna de materiais?

A movimentação interna de materiais é o processo de entrada e saída de mercadorias no armazém de uma empresa.

Esse processo deve obedecer a um determinado esquema de logística, com o objetivo de fazer com que essa movimentação ocorra da forma mais natural, fluida e eficiente possível.

São as entradas de mercadorias no estoque e as saídas para a venda, transferências entre filiais, ou mesmo para a utilização no seio da empresa, as quais devem ser submetidas a esquemas que tornem o processo seguro, rápido e criterioso.

Uma correta movimentação interna reduz despesas e aumenta o lucro das empresas.

Podemos dizer que a movimentação interna de produtos e materiais tem a ver com o transporte de pequenas quantidades de bens por distâncias relativamente pequenas – quando comparadas com as grandes distâncias na movimentação empreendidas pelas companhias transportadoras. Trata-se de uma atividade executada em depósitos, fábricas e lojas, cuja característica principal diz respeito à a movimentação rápida e de baixo custo das mercadorias.

Vários estudos revelam que as despesas com a movimentação de materiais no interior de uma empresa podem representar até 20% do valor de um produto — seja pela compra de equipamentos ou pelos prejuízos causados pelos chamados “gargalos de movimentação”, quando a logística deixa de funcionar devido a falhas em alguma etapa do planejamento.

Os especialistas são categóricos em afirmar que a movimentação incorreta resulta em:

Aumento de despesas (como o resultado de acidentes, da perda de materiais, do aumento do custo da mão de obra/hora etc.);

Um ambiente de trabalho estressante;

Dificuldades administrativas; erros de contabilidade;

Outros transtornos que, somados, podem contribuir decisivamente para a queda da competitividade de uma empresa dentro do seu segmento.

Quais os principais equipamentos utilizados na movimentação interna de materiais?

Um bom planejamento de logística para a entrada e saída de materiais em uma empresa não pode prescindir de alguns equipamentos considerados básicos. Entre eles, estão:

1. Empilhadeiras

As empilhadeiras são as estrelas de um sistema de logística para a movimentação de mercadorias. Praticamente obrigatórias em qualquer grande indústria, são definidas como “veículos industriais para o transporte ou manobra de materiais”.

São muito úteis pela sua versatilidade e pela capacidade de transportar volumes impossíveis de serem manipulados por pessoas, já que, com a ajuda das lâminas que prolongam-se da sua estrutura, conseguem transportar pallets e demais objetos, cujos desenhos dificultam o transporte manual.

Elas podem ser elétricas ou manuais (que exigem a participação de operadores de empilhadeira); movidas a diesel (com maior capacidade de operação) ou a gás liquefeito.

A ideal é aquela que demonstre melhor performance ao erguer e descer objetos, dinâmica com a maior quantidade de peso possível, estabilidade, entre outras características.

As empilhadeiras são os principais equipamentos para a movimentação interna de produtos em uma empresa.

2. Paleteiras

Também conhecidas como porta-pallets, como o próprio nome diz, é uma espécie de empilhadeira manual, que tem a função de deslocar materiais acomodados em pallets – um a um –, nos casos em que não há necessidade de grandes deslocamentos.

É um equipamento muito comum em empresas de pequeno porte, onde é bem menor a movimentação de mercadorias em pallets, mas também pelo fato de que uma paleteira, de um modo geral, não consegue erguer as mercadorias, mas apenas as desloca ao nível do chão, com a ajuda de alavancas que se encaixam nos seus estrados.

As mais simples têm a capacidade de deslocar até 2.200 kg, enquanto as mais potentes conseguem um deslocamento de 3.000 kg, sem qualquer tipo de dificuldade.

As paleteiras são muito utilizadas em empresas de pequeno porte, já que funcionam como pequenas empilhadeiras.

3. Guindastes

Os guindastes ou “gruas” são equipamentos projetados para a movimentação interna de materiais extremamente pesados, de um lugar para outro, de forma rápida, eficiente e segura.

Trata-se de um equipamento criado na Europa e bastante requisitado durante a Segunda Guerra Mundial, pela sua incrível capacidade de deslocar todo o tipo de material (dos mais leves aos mais pesados) em alturas que podem chegar a até 150m.

Graças aos avanços da tecnologia, os guindastes ou gruas hoje possuem o chamado “sistema eletrônico para oscilação de frequência” que, aliado ao sistema elétrico de comando, torna-os bem mais estáveis, com um arranque mais suave (quando acionados), entre outras qualidades que diminuem os custos de manutenção.

A capacidade de deslocar materiais extremamente pesados em alturas de até 150 m faz dos guindastes um dos principais equipamentos para as indústrias de grande porte.

4. Comboio

Os comboios ou carrinhos-comboios funcionam de forma semelhante a uma locomotiva, pois trazem em seu prolongamento uma série de compartimentos para o transporte de cargas.

É um equipamento muito utilizado em empresas de pequeno e médio porte, para o reboque de uma série de vagonetas (pequenos vagões) contendo, cada uma, determinados tipos de materiais.

Sua principal qualidade é o fato de poder deslocar o material em distâncias menores do que aquelas percorridas pelas empilhadeiras. Dessa forma, acabam dispensando o uso das empilhadeiras, e têm como com vantagem ser um mecanismo simples, de baixo custo e bastante flexível.

Semelhantemente às locomotivas, os comboios transportam grande número de materiais por médias distâncias, porém de forma econômica e bastante segura.

5. Esteira transportadora

As esteiras transportadoras são muito utilizadas no processo de carga e descarga de materiais de um caminhão, devido à sua capacidade de facilitar o deslocamento desses produtos de um polo a outro do estabelecimento.

Seu grande benefício é tornar mais rápido um serviço que poderia ser executado manualmente, como, por exemplo, a transferência de materiais entre funcionários que estão a determinada distância uns dos outros.

Divididas entre esteiras fixas e flexíveis, possuem um mecanismo que funciona por meio de cilindros ou rolamentos que, ao girarem, provocam a movimentação da esteira.

São consideradas fundamentais na construção civil (para o transporte de areia, britas e demais agregados finos), setor automotivo, para as fábricas de alimentos, entre outros.

Fábricas de alimentos, setor automotivo e construção civil são os que mais se beneficiam com a tecnologia das esteiras, pois estas executam atividades que exigiriam a participação de vários funcionários.

6. Monovias

As monovias também são equipamentos bastante utilizados em empresas de grande porte, para a movimentação interna de materiais com segurança, rapidez e praticidade.

Basicamente, trata-se de uma espécie de via suspensa, que geralmente liga pontos predeterminados, para o deslocamento de materiais extremamente pesados, e que, por isso, não podem ser deslocados manualmente pelos funcionários.

Sua principal vantagem é funcionar como uma esteira suspensa, que pode ser reta ou curva, e onde um trolley é instalado, para que haja o deslocamento de materiais em armazéns com pouco espaço ou por onde trafeguem um número excessivo de pessoas.

Como o próprio nome diz, uma via suspensa desloca os mais variados tipos de materiais, em armazéns com pouco espaço para movimentação.

7. Transportador de roletes

De maneira semelhante a uma esteira transportadora, são muito utilizados em indústrias de bebidas, varejo e fábricas de pequeno porte, para o deslocamento de materiais que, no passado, exigiam a participação de uma verdadeira equipe de funcionários.

Funciona com espécies de cilindros (roletes) — que podem ser de PVC, polietileno, polipropileno, entre outros materiais — conectados a uma esteira. Esses cilindros, por meio da ação da gravidade ou da energia elétrica, giram e transportam os materiais de um ponto a outro.

Completam o esquema, um sofisticado sistema de engrenagens e motorredutores, que acionam o equipamento e fazem com que a esteira gire em diversas velocidades.

Um sistema de engrenagens faz com que uma série de cilindros gire e, com isso, desloque os materiais por uma pequena distância predeterminada.

8. Transelevadores

Quando os espaços são estreitos, apertados ou de difícil acesso, entram em ação os transelevadores, que são equipamentos para movimentação interna de materiais, muito utilizados em grandes empresas para a acomodação e retirada de materiais das estantes, sem a necessidade de deslocamento de pessoal para executar o serviço.

São equipamentos automáticos, acionados por meio de programas de computador, capazes de deslocar verticalmente materiais entre 5 e 6 toneladas a uma altura de até 40 m, numa velocidade em torno de 1 m/seg.

Os seus benefícios são vários: diminuem a necessidade de mão de obra, podem programar automaticamente o deslocamento de materiais durante o dia inteiro, além de dispensarem o uso de outros tipos de equipamentos bem mais dispendiosos.

Os transelevadores funcionam por meio de programas de computador e são capazes de deslocar verticalmente até 6 toneladas em uma altura de 40 m.

Como é o passo a passo de uma logística adequada de movimentação interna de materiais?

Para uma correta movimentação de materiais em uma empresa, é necessário que haja, antes de tudo, um “planejamento de logística”, cujo objetivo é tornar essa movimentação mais fluida, segura, rápida e o menos dispendiosa possível.

Nesse sentido, um plano de logística ideal deverá contemplar:

1. Definição de como se dará essa atividade

Trata-se tão somente de determinar onde serão acondicionados os materiais transportados para dentro do estoque. Esse processo visa a estabelecer o chamado “layout físico”, que, a depender de como foi projetado, irá determinar todo o plano de logística para a movimentação de mercadorias.

Na maioria das grandes empresas, esse layout é projetado a partir do princípio conhecido como “Curva ABC” ou Custeio Baseado em Atividades. Esse princípio diz que em um estoque, ¾ do seu espaço é ocupado por uma pequena variedade de produtos.

Sabendo disso, fica mais fácil determinar onde deverão ser acondicionados os materiais mais importantes e requisitados, a fim de que estejam sempre a mão quando for preciso. Essa atitude, por si só, é capaz de contribuir para a organização de um estoque, tornar o trabalho menos estressante e reduzir custos resultantes da perda de produtos e demora no atendimento.

2. Determinar um modelo para a movimentação dos materiais

Esta etapa tem a ver com a definição dos veículos que serão utilizados, do ponto de vista do seu tamanho, potência, combustíveis, entre outras características; a ordem de cada material dentro do estoque, por tamanho, importância, validade, composição etc.; a disposição dos equipamentos de movimentação interna, como: empilhadeiras, prateleiras, carrinhos-comboios, entre outros; além de determinar como será feita a integração de sistemas para o controle eletrônico do estoque.

3. Definir o equipamento ideal para cada situação

Como foi visto até aqui, são inúmeras as opções de equipamentos para o transporte de materiais no ambiente interno de uma empresa: empilhadeiras, monovias, esteiras transportadoras, gruas, entre outros.

Logo, saber quando, como e qual equipamento utilizar, faz parte de um bom planejamento de logística para o armazenamento de produtos.

Esse tipo de cuidado evita a utilização excessiva de determinados equipamentos, enquanto outros são pouco utilizados; define o equipamento certo para o material certo; ajuda a reduzir gastos com a compra de equipamentos desnecessários; entre outros benefícios que, certamente, converter-se-ão em lucros e maiores oportunidades de negócio.

4. Controle do consumo de combustíveis

Passo fundamental dentro de um planejamento de logística para a movimentação de materiais dentro de uma empresa, o controle da utilização de combustíveis deverá ser uma preocupação de pequenas, médias e grandes empresas.

Empilhadeiras, elevadores, comboios, esteiras transportadoras, entre outros equipamentos, deverão ser avaliados, também, do ponto de vista do combustível utilizado para o seu funcionamento.

A determinação de quando utilizar equipamentos elétricos, a gás liquefeito, diesel, entre outros combustíves, aliada a utilização de ferramentas, como a Curva ABC, podem ser decisivos para a economia de combustíveis durante os processos.

5. Capacitação de pessoal

Para a correta utilização dos mais diversos equipamentos utilizados para a movimentação de produtos em um armazém, é necessário, por sua vez, a formação de uma equipe capaz de operá-los adequadamente.

Uma das principais dificuldades enfrentadas por praticamente todos os segmentos profissionais, é encontrar profissionais aptos a operar equipamentos atualmente projetados com o que há de mais moderno em tecnologia automotiva.

É bom ter em mente, também, que o adequado planejamento de logística envolve a perfeita conciliação entre as horas de trabalho e as de treinamento, para o bem da manutenção das atividades nas melhores condições possíveis.

6. Apreender as novas tecnologias em armazenagem

A cada minuto novas tecnologias são desenvolvidas para os mais diversos segmentos da atividade humana, exigindo atenção, estudo e pesquisa constantes sobre tudo o que há de novo em automação, combustíveis, logística, equipamentos, segurança do trabalho, entre outros.

Além disso, inúmeros indicadores de performance são elaborados com o intuito de avaliar secções, como:

Recepção (que avaliam a performance durante o recebimento de materiais ao longo do dia);
Seleção (como está sendo feita a seleção dos materiais para o armazenamento);
Carregamento (para avaliar a rapidez, segurança e eficiência do processo de carregamento dos caminhões).

7. Terceirização

Atualmente, muito em função da aprovação do Projeto de Lei nº 4.302/98 ou Lei da Terceirização, muitas empresas têm estudado a possibilidade de se valer desse recurso na hora de contratar pessoal para os serviços de movimentação de materiais.

Como se sabe, essa fase da produção pode ser responsável por até 20% do valor de um produto. E, nesse caso, a terceirização poderá ser uma forma de reduzir custos com encargos, compra ou aluguel de equipamentos, entre outras preocupações que, ao serem atenuadas, abrirão espaço para que se dê atenção a setores mais necessitados da empresa.

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Publicado em: 17/05/2018

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